João Antônio Amaral Xavier (2016) Fontes alternativas de água no cultivo de Litopenaeus vannamei (Boone 1931) em sistema de bioflocos

Fontes alternativas de água no cultivo de Litopenaeus vannamei (Boone 1931) em sistema de bioflocos

Autor: João Antônio Amaral Xavier (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Ricardo Berteaux Robaldo
Co-orientador: Dr Wilson Francisco Britto Wasielesky Junior

Resumo

O cultivo de camarões marinhos depende do uso de água salgada, desta forma, para viabilizar seu desenvolvimento afastado do litoral são necessárias estratégias visando reduzir a salinidade e a quantidade de água salgada utilizada. A água salgada para cultivos afastados da área litorânea pode ser obtida através do transporte de água marinha, uso de água subterrânea salobra ou pela salinização artificial. Já a redução de seu uso é possível através de sistemas de cultivo superintensivos e fechados como o sistema de bioflocos (BFT), quando é possível reutilizar a água em vários ciclos de cultivo e assim reduzir a quantidade de água salgada e de efluentes salinizados. Este trabalho objetivou fornecer informações que possibilitem a produção interior de Litopenaeus vannamei através do entendimento sobre a composição iônica adequada da água e suas modificações. Para tal, foram realizados quatro experimentos na estação marinha de aquacultura da Universidade Federal do Rio Grande (EMA-IO-FURG): 1. Composição iônica da água ao longo de um ciclo de cultivo de Litopenaeus vannamei (Bonne, 1931) em BFT; 2. Performance of L. vannamei post larvae reared in indoor nursery tanks under BFT conditions at different salinities and zero-water exchange; 3. Fontes alternativas de água para o cultivo do camarão branco do pacífico em BFT; 4. Cultivo de L. vannamei em BFT em baixa salinidade: Substituição de água marinha por cloreto de sódio e diferentes concentrações de magnésio. No capítulo 1 foi verificado a modificação na salinidade e composição iônica da água ao longo de 63 dias de cultivo sem alteração significativa da performance dos camarões. No capítulo 2, foi observada a salinidade mínima de 8g/L para garantir a sobrevivência e o ganho de peso de pós larvas de L. vannamei. Já o Capítulo 3 comprovou a possibilidade do cultivo dos camarões com diferentes fontes de água, sejam salinizadas artificialmente ou naturalmente salobras. Água naturalmente salobra e a água marinha promoveram o desenvolvimento, principalmente de microalgas diatomáceas, enquanto que em águas salinizadas artificialmente estas algas não contribuíram satisfatoriamente ao cultivo. No capítulo 4 verificou-se a viabilidade da substituição de até 50% da água marinha por cloreto de sódio, sem prejuízos na sobrevivência e crescimento de L. vannamei. Porém esta substituição não foi adequada para água artificialmente salinizada. Os diferentes níveis de magnésio testados (50, 100 e 200%) não resultaram em diferenças no ganho de peso, apenas em incremento na sobrevivência no maior teor testado. Os resultados obtidos subsidiam e estimulam o desenvolvimento de cultivos interiores de camarões marinhos em sistemas BFT.

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