Francis de Mattos Almeida (2006) Uso de Copépodes na alimentação de larvas de linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1842) e otimização do cultivo do copépode Acartia tonsa Dana, 1849

Uso de Copépodes na alimentação de larvas de linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1842) e otimização do cultivo do copépode Acartia tonsa Dana, 1849

Autor: Francis de Mattos Almeida (Currículo Lattes)
Orientador: Dr José Guilherme Bersano Filho
Co-orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

O cultivo experimental do linguado Paralichthys orbignyanus tem sido desenvolvido na Estação Marinha de Aqüicultura da FURG, Rio Grande – RS, com relativo sucesso. Contudo, elevadas taxas de mortalidade observadas em larviculturas utilizando rotíferos e artêmias como alimentos vivos, têm limitado cultivos em grande escala. Estudos atuais têm mostrado que os copépodes apresentam um bom potencial como alimento vivo alternativo, porém os métodos de cultivo existentes ainda necessitam de aprimoramentos. Portanto, os objetivos deste trabalho foram testar a utilização de copépode Acartia tonsa como alimento vivo exclusivo na larvicultura de P. orbignyanus, e também contribuir para o aprimoramento do método de cultivo de A. tonsa, através da avaliação de diferentes dietas e densidades algais sobre a produção de ovos deste copépode. Larvas de P. orbignyanus foram cultivadas num tanque de 50 L (S = 30, T °C = 22) durante 22 dias após a eclosão (dae). Náuplios de A. tonsa foram oferecidos como alimento vivo entre o 3° e o 19° “dae” enquanto que copepoditos e adultos foram adicionados a partir do 20° “dae”. A fim de se testar a influência de diferentes densidades algais sobre a produção de ovos de A. tonsa, a diatomácea Thalassiosira fluviatilis foi fornecida nas densidades de 0, 5.000, 10.000, 20.000, 40.000 e 80.000 cel mL-1. Para se avaliar a influência de diferentes dietas sobre a produção de ovos, foram utilizadas duas microalgas, Nannochloropsis occulata e Chaetoceros mulleri, e uma dieta comercial inerte. Os resultados mostraram que as larvas de linguado se alimentaram efetivamente de A. tonsa completando a metamorfose entre o 19° e o 22° dae. O comprimento padrão (mm) das larvas no 7° dae foi de 2,98 ± 0,20, 4,77 ± 0,24 no 14° dae e 4,90 ± 0,42 no 22° dae. A produção de ovos de A.tonsa foi diretamente influenciada pelo aumento da concentração de T. fluviatilis, sendo o maior valor obtido na concentração de 80.000 cel mL-1 (~ 60 ovos fêmea-1 24 h-1). Com relação ao teste de produção de ovos sob diferentes dietas, foi observado que tanto o alimento inerte como a microalga N. occulata foram ineficazes, proporcionando uma produção de ovos muito baixa (~ 1 - 2 ovos fêmea-1 24 h-1). Já a dieta composta pela diatomácea C. mulleri, proporcionou uma produção de 22 ovos fêmea-1 24 h-1, representando uma boa alternativa alimentar para o cultivo de A. tonsa. Além disso, o seu tamanho (~ 7 μm) permite a alimentação tanto de náuplios como de adultos, facilitando o cultivo deste copépode.

https://argo.furg.br/?BDTD71

TEXTO COMPLETO